Setembro Verde na Selva S.A: Tornando Visível Quem Vive Invisível

 

A Selva S.A. acordou para uma missão: celebrar o Setembro Verde, mês que, no Brasil, abraça a inclusão das pessoas com deficiência um símbolo de conscientização nascido nos movimentos sociais da década de 1980 e oficializado pela Lei nº 11.133/2005, que instituiu o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência 21 de setembro 

Investigar é urgente: dados preliminares do Censo 2022 revelam que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, representando 7,3% da população com 2 anos ou mais. Dentre essas, 63,1% não completaram o ensino fundamental, apenas 7,4% concluíram o ensino superior, e 27,5% da população com 70 anos ou mais são pessoas com deficiência. O desafio de inclusão é real e começa muito antes do crachá.

Frases dos Animais

  • Leão: “Invisível é quem é visto só quando incomoda.”

  • Coruja: “Inclusão sem visibilidade é inclusão que some.”

  • Onça: “Cota ignorada é compromisso jogado no lixo.”

  • Macaco: “Educação sem inclusão é citação vazia.”

  • Arara: “Respeito não floresce ele se planta o ano todo.”

Ações Simples da Selva S.A. para Mudar Vidas

1. O Leão (Liderança): “A mudança começa comigo. Líder que não escuta, exclui. Faça da escuta ativa um hábito. Reuniões inclusivas, onde cada voz conta, transformam ambiente em pertencimento.”


2.
A Coruja (Sabedoria): 
“Treinamento não é gasto, é investimento. Promova workshops de sensibilização sobre capacitismo e inclusão. Equipes treinadas erram menos e convivem melhor.”


3.
O Macaco (Inovação): 
“A tecnologia tem que abrir portas, não fechar. Use softwares de leitura de tela, legendas automáticas e plataformas acessíveis. Pequenos ajustes digitais eliminam grandes barreiras.”

4. O Tatu (Infraestrutura): “Rampas, banheiros adaptados e calçadas sem buracos não são luxo, são respeito. A acessibilidade física é o primeiro cartão de visitas de uma empresa inclusiva.”


5.
A Onça (RH): 
“Não contrate só para cumprir cota. Crie planos de carreira reais para PCDs. Igualdade de oportunidade significa possibilidade de crescer, ser líder e ocupar cargos estratégicos.”


6.
A Arara (Comunicação): “Campanhas internas acessíveis com Libras, legendas e linguagem simples. Comunicação inclusiva não é detalhe: é prova de respeito.”

7. O Elefante (Memória da Selva): “Revise políticas e processos todo ano. Inclusão não é evento, é processo contínuo. A cada revisão, garantimos que ninguém fique para trás.”

Frases da Selva

  • “Igualdade não é dar o mesmo, é dar acesso ao mesmo.”

  • “Inclusão é ponte, não vitrine.”

  • “Capacitismo é cegueira social só quem enxerga a diferença transforma.”

  • “PCD não precisa de piedade, precisa de oportunidade.”

  • “Inclusão não é favor, é civilização.”

  • “Cota é ponto de partida, não de chegada.”

  • “Tecnologia sem acessibilidade é luxo inútil.”

  • “Calçada acessível vale mais que mil discursos.”

  • “PCD na liderança é prova de inclusão real.”

A Coruja fala de mudança

“Companheiros da Selva, chegou a hora de parar de falar bonito sobre inclusão e começar a praticá-la. Aqui estão passos simples, mas que mudam vidas de verdade:

1️⃣ Escuta ativa: Líderes precisam ouvir, não apenas falar. Uma reunião só é inclusiva quando cada voz é ouvida com respeito.

2️⃣ Formação contínua: Treinem suas equipes. Sensibilizem contra o capacitismo. Informação é vacina contra o preconceito.

3️⃣ Tecnologia acessível: Softwares de leitura de tela, sites com legendas, plataformas adaptadas. A tecnologia não pode excluir.

4️⃣ Infraestrutura inclusiva: Rampas, banheiros acessíveis, calçadas seguras. Quem não consegue chegar não pode trabalhar.

5️⃣ Carreira real: Inclusão não é só contratar para cumprir cota. É dar chance de crescer, liderar e ocupar cargos estratégicos.

6️⃣ Comunicação acessível: Libras, legendas, linguagem clara. Sem isso, não há diálogo há monólogo.

7️⃣ Revisão constante: Políticas inclusivas precisam ser revistas todo ano. Inclusão não é evento, é processo contínuo.”

A Coruja parou, respirou fundo e concluiu:

“Inclusão não é caridade. Inclusão é civilização.”

Análise Final por Antoniel Bastos

Setembro Verde não é uma campanha para enfeitar prédio com laços verdes. É o lembrete de que o Brasil ainda trata milhões de pessoas como invisíveis. Dados do IBGE de 2022 mostram que 14,4 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, mas apenas 53% das vagas de cotas estão ocupadas. O que isso significa? Significa que a selva está falhando não na lei, mas na prática.

A grande tragédia é que confundimos inclusão com favor. E favor é esmola, não é cidadania. O mercado insiste em colocar pessoas com deficiência em funções periféricas, sem plano de carreira, sem liderança, sem dignidade. Isso não é inclusão é marketing social barato.

Como disse Martin Luther King Jr.: “A verdadeira medida de um homem não é onde ele está em momentos de conforto, mas onde ele está em tempos de desafio e controvérsia.” e o Brasil, nesse quesito, continua se escondendo do desafio.

Nietzsche já provocava: “Tornar-se humano é uma arte.” Pois bem, ainda não aprendemos essa arte. Porque uma empresa que não inclui não é moderna, é atrasada; não é estratégica, é míope; não é humana, é selvagem.

E aqui está a provocação: uma sociedade que não inclui é uma sociedade que não evolui. Empresas que não entendem isso não perdem só talentos, perdem competitividade. Perdem inovação. Perdem humanidade.

Paulo Freire dizia que “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.” Inclusão é exatamente isso comunhão. É dar a todos a possibilidade de crescer e construir junto.

E, se quisermos uma lembrança mais antiga, a própria Bíblia já ensinava em Romanos 15:7: “Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu.” Inclusão não é modernidade, é mandamento ancestral.

Aristóteles dizia que “a essência da cidade é garantir a vida boa.” E o que temos feito? Construímos cidades sem rampas, transportes sem acessibilidade, empresas que contratam para cumprir tabela. Não é vida boa é vida sobrevivida.

O Setembro Verde deveria ser farol, mas ainda é vela acesa em esquina escura. É hora de inverter: não é o PCD que precisa se adaptar à selva, é a selva que precisa se adaptar ao PCD. Porque, no fim, respeitar diferenças não é bondade é o mínimo para sermos humanos.

Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida. 

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