Os Cordões da Inclusão: Quando a Selva Aprendeu a Ver o Invisível

 

Na Selva S.A., todos os animais se mexeram quando surgiu o “cordão amarelo” com girassóis: algo discreto e poderoso, que falava por quem não podia muito além da voz dos rugidos. A empresa ficou em silêncio ao descobrir que esse símbolo é oficialmente reconhecido no Brasil desde 2023 para sinalizar deficiências ocultas (como autismo, epilepsia, ansiedade, TDAH) e garantir acolhimento e respeito. Mas será que a Selva e o Brasil já aprenderam a enxergar o que não se mostra?

Coruja-Economista
(com gráficos projetados):
“O cordão de girassol, reconhecido pela Lei 14.624/2023, sinaliza que alguém pode precisar de paciência, tempo ou apoio extra mas de forma discreta e humana.” Ele se soma à Lei Brasileira de Inclusão (LBI) de 2015, que garante direitos à pessoa com deficiência, mas o cordão é um símbolo de encontro, não de garantia automática.” 

Leão-CEO (rugindo em tom sereno):
“Se falta algo na selva, não é empatia. É a coragem de ver o invisível, de ouvir o que não é dito.”

Onça do RH (rolando o crachá com símbolo de quebra-cabeça):
“Além do girassol, há cordões específicos como o do quebra-cabeças (autismo) e o símbolo do infinito colorido (neurodiversidade). Ainda não há padronização, mas o que vale é o acolhimento.”

FALAS-POTENTES DOS ANIMAIS

Macaco-Consultor: “A visibilidade do invisível é a primeira ponte para a inclusão.”

Búfalo-Conselheiro: “O símbolo não dá privilégios dá uma chance.”

Arara-Comunicadora: “Empatia bem sinalizada salva reputações e pessoas.”

CONTEXTUALIZAÇÃO E ABRANGÊNCIA
  • O símbolo surgiu no Reino Unido em 2016 nos aeroportos de Gatwick para identificar deficiências invisíveis e rapidamente se espalhou por outros países, incluindo o Brasil. 

  • A Lei nº 14.624/2023 formalizou o cordão de girassol como símbolo nacional, mas seu uso continua facultativo. 

  • Essa ferramenta ajuda a identificar pessoas que podem precisar de tempo adicional, explicações mais claras ou encaminhamento acolhedor especialmente importante em ambientes sensoriais difíceis, como aeroportos ou filas. 

  • O Estatuto da Pessoa com Deficiência (LBI, 2015) já prega a igualdade de oportunidades e exige adaptações razoáveis, mas o cordão traz um elemento emocional e educativo imediato. 
ANÁLISE FINAL Por Antoniel Bastos

A selva deixou de tremer, mas o coração dela ainda fecha os olhos. Não falta gente, falta atenção. Não falta lei, falta aplicação. O cordão de girassol não é capricho: é convite. Um convite para a sociedade lembrar que quem não se vê, quase não sobrevive.

É modernidade que desconhece o invisível. É lei que não vira prática. É humano que se reclama de burocracia, mas ignora quem vive no limbo do invisível. Quem usa o girassol está dizendo: “não desarme minha lucidez, só porque não te convém enxergar minha sensibilidade.”

Se queremos selvas humanas e civilizadas, precisamos valorizar o que não aparece e isso não é romantismo, é sobrevivência coletiva. Porque empatia não exige documento, exige atenção. E essa ferida só cicatriza quando paramos de ignorar quem sorri diferente, pensa diferente, existe diferente.

Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida. 

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