Quando a Dor Veste Gravata: Conflitos Emocionais e o Colapso Silencioso da Selva S.A.
Eles chegam cedo. Entregam metas. Participam das reuniões. Cumprimentam com um “bom dia” automático e digitam com os olhos no relógio.
Mas por dentro… estão exaustos. Frágeis. Irritados. Ou indiferentes.
Na Selva S.A., o verdadeiro incêndio não vem das metas, mas dos conflitos emocionais que os animais carregam no peito e espalham como fumaça no ambiente de trabalho.
Nesta fábula, um evento terapêutico acontece: uma palestra aberta sobre saúde emocional e o que está por trás das fofocas, da crítica, do silêncio cortante e dos acessos de raiva.
A verdade vem à tona: quem não se cura, contamina.
TÓPICOS DA PALESTRA (expostos pela Coruja-terapeuta):
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O que são conflitos emocionais internos?
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Como eles impactam as relações de trabalho?
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Sinais comportamentais: crítica, fofoca, agressividade e isolamento
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O papel do estresse crônico e da química cerebral
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Dados reais e alarmantes sobre saúde emocional no Brasil
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Como quebrar o ciclo: autoconsciência, empatia e ajuda profissional
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A cultura da empresa também adoece: o ambiente como parte do problema
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Estratégias para cura: o caminho começa dentro de cada um
A HISTÓRIA : A Palestra Terapêutica na Selva S.A.
A clareira da Selva estava cheia. Animais de todos os setores da S.A. ocupavam seus lugares. O auditório improvisado tremia de expectativa.
A Coruja Psicoterapeuta, consultora de desenvolvimento emocional, subiu em um galho e abriu o encontro:
— “Hoje não é sobre metas. É sobre o que está por trás daquilo que ninguém diz: os conflitos emocionais que adoecem a alma e contaminam os corredores.”
Silêncio.
— “A fofoca do Jabuti contra o Tamanduá não começou com uma planilha errada. Começou com uma dor mal resolvida em casa. O berro do Leão na última reunião? Vem da frustração acumulada de anos tentando provar que é forte. E a indiferença do Gato no time de criação? Isso é depressão com roupa de ‘desapego’.”
— “As empresas adoecem quando tratam a dor como fraqueza.”
A Girafa da Liderança levantou o pescoço:
— “Mas isso é problema de cada um, não? Vida pessoal é fora do expediente.”
A Coruja não hesitou:
— “Não. A emoção entra na empresa antes do crachá. E quando o ambiente não acolhe, ele empurra e afunda.”
A Onça do Jurídico, sempre crítica, questionou:
— “E tem dados que provem isso?”
— “Sim. Vamos aos números” - respondeu a Coruja:
DADOS APRESENTADOS NA PALESTRA:
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78% dos trabalhadores brasileiros relatam níveis de estresse elevados no trabalho (BeeTouch / Poder360, 2024).
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58% apresentam sintomas de ansiedade ou depressão, afetando a convivência e a produtividade.
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A OMS estima que transtornos emocionais geram uma perda global de US$ 1 trilhão por ano em produtividade.
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No Brasil, 38% dos afastamentos pelo INSS são por questões emocionais.
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Empresas perdem até 91 horas por funcionário ao ano com conflitos interpessoais tempo improdutivo que poderia ser prevenido com cultura emocional saudável (Fellipelli, 2023).
OS DIÁLOGOS CONTINUAM...
O Macaco da Comunicação, nervoso, comenta:
— “Então quer dizer que minha irritação vem do meu medo de não ser visto?”
A Coruja responde com carinho:
— “Vem do medo de não ser amado pelo que é. E quando a gente ignora isso, vira ataque disfarçado de piada.”
A Tartaruga do Atendimento, em voz lenta e profunda, confessa:
— “Eu me retraio porque me sinto menor. E acabo me afastando de todos.”
— “É aí que mora o veneno: no silêncio sem escuta, na dor sem nome, no peso sem partilha.” - completa a Coruja.
ENCERRAMENTO DA PALESTRA:
— “Quem não cuida da própria dor, espalha a dor dos outros. Quem não entende a si, culpa o mundo. E quem lidera sem olhar para dentro, lidera para o abismo.”
Silêncio na floresta. Um silêncio de verdade.
ANÁLISE FINAL: Por Antoniel Bastos
A selva finge que está tudo bem. Mas por dentro, sangra. O problema não está no ruído está no silêncio que precede o colapso.
Conflitos emocionais são como vírus sem sintomas: quando aparecem, já contaminaram todo o sistema. A crítica diária, o sarcasmo corrosivo, o afastamento disfarçado de “foco” são tudo gritos emocionais de quem desaprendeu a pedir ajuda.
E o pior? A floresta inteira finge que não vê. Porque é mais fácil dizer que é “mimimi” do que admitir que a saúde emocional é o novo oxigênio corporativo.
O líder que não reconhece isso vai rugir até perder a voz e depois se perguntará por que ninguém mais ouve. O colaborador que se silencia vira bomba-relógio de ausências e afastamentos.
A Selva S.A. não precisa de mais metas. Precisa de mais pausa. Menos cobrança por fora, mais cuidado por dentro.
A mudança começa no espelho. Porque o emocional mal cuidado é a próxima crise e não vai ser de reputação, vai ser de sentido.
Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida.
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