10 anos da LBI: A inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho, Avançamos ou apenas ocupamos espaço?
Há Uma Década em Transformação
Há 10 anos, a LBI (Lei nº 13.146/2015) criou um novo marco para o Brasil: a inclusão plena da pessoa com deficiência. Hoje, na clareira da Selva S.A., diferentes personagens todos PCDs se encontram para responder: o que mudou, e o que ainda precisa mudar?
2. Panorama: Avanços e Obstáculos (2015–2025)
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Em 2025, há cerca de 545.940 trabalhadores com deficiência empregados formalmente, segundo o eSocial
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Desde 2015, esse número cresceu em mais de 140 mil em 2015 eram 403,2 mil
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Atualmente, apenas 53% das vagas reservadas pelas cotas estão ocupadas. Em 2023, o MTE aplicou 5.451 infrações e garantiu 31.639 contratações
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Em 2022, apenas 29,2% das pessoas com deficiência participavam da força de trabalho, contra 66,4% dos demais
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A RAIS de 2010 registrou apenas 4,9% das PCDs inseridas no mercado formal
3. Convocação A Grande Roda da Reflexão
Em 2025, há cerca de 545.940 trabalhadores com deficiência empregados formalmente, segundo o eSocial
Desde 2015, esse número cresceu em mais de 140 mil em 2015 eram 403,2 mil
Atualmente, apenas 53% das vagas reservadas pelas cotas estão ocupadas. Em 2023, o MTE aplicou 5.451 infrações e garantiu 31.639 contratações
Em 2022, apenas 29,2% das pessoas com deficiência participavam da força de trabalho, contra 66,4% dos demais
A RAIS de 2010 registrou apenas 4,9% das PCDs inseridas no mercado formal
A Tartaruga Coordenadora, símbolo de sabedoria, dá o primeiro passo:
“Nossa LBI completa 10 anos. Hoje, vamos ouvir quem viveu, quem sonha e quem ainda enfrenta barreiras dentro e fora da empresa.”
Entre cipós e luz, formam-se os participantes.
4. 🗣️ Falas que Ecoam na Selva
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Tartaruga Coordenadora (deficiência física): “Cotas existem mas postos sem acessibilidade são armadilhas vazias.”
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Arara Comunicadora (deficiência auditiva): “Se reuniões não têm intérprete de Libras, sou excluída do próprio trabalho.”
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Beija-flor Digital (deficiência visual): “Software sem leitor de tela é floresta escura.”
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Macaco Mentor (deficiência intelectual leve): “Treinamento básico é passo. Treinamento inclusivo é semente.”
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Elefante Analítico (neurodiversidade): “Ambiente sensorial controlado? Ainda é exceção, não regra.”
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Gavião Fiscal (deficiência múltipla): “Infrações existem, mas fiscalização é intermitente.”
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Panda Jovem (reabilitado INSS): “Antes da empresa, vem a cidade; sem ônibus acessível, não chego ao crachá.”
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Bicho-preguiça Leal (com mobilidade reduzida): “Faltam rampas nos imóveis; o problema começa na calçada.”
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Papagaio Auditor (deficiência auditiva): “As políticas falam em mudança cultural mas continuam só no PowerPoint.”
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Hiena Resiliente (deficiência física): “A LBI deu voz. Agora, precisamos de eco e de espaço.”
Tartaruga Coordenadora (deficiência física): “Cotas existem mas postos sem acessibilidade são armadilhas vazias.”
Arara Comunicadora (deficiência auditiva): “Se reuniões não têm intérprete de Libras, sou excluída do próprio trabalho.”
Beija-flor Digital (deficiência visual): “Software sem leitor de tela é floresta escura.”
Macaco Mentor (deficiência intelectual leve): “Treinamento básico é passo. Treinamento inclusivo é semente.”
Elefante Analítico (neurodiversidade): “Ambiente sensorial controlado? Ainda é exceção, não regra.”
Gavião Fiscal (deficiência múltipla): “Infrações existem, mas fiscalização é intermitente.”
Panda Jovem (reabilitado INSS): “Antes da empresa, vem a cidade; sem ônibus acessível, não chego ao crachá.”
Bicho-preguiça Leal (com mobilidade reduzida): “Faltam rampas nos imóveis; o problema começa na calçada.”
Papagaio Auditor (deficiência auditiva): “As políticas falam em mudança cultural mas continuam só no PowerPoint.”
Hiena Resiliente (deficiência física): “A LBI deu voz. Agora, precisamos de eco e de espaço.”
5. Cenário da Inclusão Avanços e Lacunas
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A lei garantiu reservas de vagas de 2% a 5%, segundo o setor da LBI
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Mais de 545 mil PCDs empregados, mas ainda 47% das cotas vagas por preencher
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A participação das PCDs na força de trabalho ainda é menor 29,2% comparada aos 66,4% da população geral
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Em 2010, apenas 4,9% das PCDs estavam no mercado formal; hoje, esse percentual cresce, mas ainda é insuficiente .
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A fiscalização do MTE aplicou mais de 5.000 multas em 2023, mas ainda não garante inclusão sustentável .
6. 🔄 Protocolos para os Próximos 10 Anos
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Acessibilidade Urbana Antecipada: calçadas, transporte e prédios antes da vaga.
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Integração Digital Total: sistemas acessíveis para todos (tela, comando de voz, Libras).
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Treinamentos Inclusivos: de lideranças e toda equipe, com foco em convivência real.
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Fiscalização Ativa + Transparência: relatórios públicos, metas e penalidades reais.
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Programa “Antes do Crachá”: conectar PCDs moradores à presença urbana acessível.
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Iniciativas como hackathons com PCDs: para aumentar visibilidade e contratação
Análise Final Antoniel Bastos:
Dez anos se passaram desde que a LBI entrou em cena como uma promessa de transformação. Uma década marcada por discursos bem-intencionados, apresentações em PowerPoint cheias de diversidade colorida e relatórios que enchem os olhos mas nem sempre os corredores das empresas.
O que chamamos de "avanço" precisa ser medido com lupa e vergonha. Porque ter mais PCDs contratados em um país continental como o nosso não significa que o trabalho seja digno, acessível ou humano. Inclusão não é estar dentro é pertencer. E pertencer, ainda hoje, é artigo de luxo no Brasil.
A maior parte das pessoas com deficiência que hoje ocupa postos de trabalho ainda vive à margem: posições operacionais, salários baixos, acessibilidade improvisada com fita crepe e gestores que confundem empatia com pena. A "inclusão" virou muitas vezes um protocolo de RH para preencher cota e evitar multa não um propósito genuíno.
A verdade é que o problema não começa no escritório, mas na cidade. Como falar em "empregabilidade" se a calçada te exclui antes do crachá? Se o ônibus é uma roleta russa para quem anda de cadeira de rodas? Se o elevador do prédio nunca funciona? A LBI pode ter chegado com força de lei, mas esbarrou na fraqueza da cultura.
Estamos formando um mercado que acha que contratar uma pessoa com deficiência é “fazer um favor”. E esse é o sintoma mais cruel: transformar o direito em concessão, o sujeito em símbolo, a potência em exceção.
É hora de parar de celebrar números rasos. A cota sem mudança de mentalidade é como um palco sem plateia: serve só para a foto. Precisamos de líderes que estudem acessibilidade como estudam marketing. Precisamos de empresas que desenhem vagas pensando em todos, não apenas nos "adaptáveis".
Incluir é transformar o centro não decorar a borda.
Dez anos depois, a pergunta real não é "o que conquistamos?" mas: “o que estamos dispostos a mudar?”
A próxima década exige mais do que boas intenções. Exige coragem estrutural.
Porque a verdadeira inclusão não é só um lugar para estar. É um lugar para ser.
Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida.
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