Roda da Selva: O Capacitismo que Anda Disfarçado
Era uma manhã abafada na Selva S.A., mas o clima era de urgência. A clareira central estava lotada. Por quê? A pauta era indigesta, mas necessária:
“Vamos falar sobre os estereótipos e os vieses inconscientes que ainda barram as pessoas com deficiência no mercado de trabalho.”
A reunião começou sob a sombra de um ipê. Os animais mais experientes e os mais inovadores tomaram seus lugares. Todos sabiam: naquela roda, não cabia silêncio confortável.
A fauna começa a falar...
🗣️ Tartaruga da Inovação:“Ouço sempre: Ela anda devagar, vai atrasar a equipe. Mas o que atrasa de verdade é um prédio sem rampa.”
🗣️ Coruja Auditiva:“Já me perguntaram: Mas como vai atender telefone sendo surda? Como se o mundo não tivesse evoluído pra texto, chat, app...”
🗣️ Tamanduá Digital:“Outro dia disseram que cego não usa Excel. Amigo... meu leitor de tela navega mais rápido que sua rolagem no feed!”
🗣️ Ema Neurodiversa:“Fui descartada por não olhar nos olhos. Disseram que faltava empatia. Não falta empatia falta conhecimento sobre autismo.”
🗣️ Onça da Performance: “Me jogaram no operacional. Disseram que era adequado. Como se deficiência reduzisse meu QI.”
🗣️ Capivara da Constância: “Ela vai faltar muito, né? Mas e o gerente que some na terça e volta na quinta?”
🗣️ Jacaré Estratégico: “Me disseram que o cargo não era compatível’ com a deficiência. Eu perguntei: ‘Você avaliou a função ou meu corpo?”
🗣️ Preguiça Assertiva: “Essa vaga exige esforço físico. Não seria o caso de avaliar se o esforço é mesmo essencial ou só falta de criatividade?”
🗣️ Papagaia da Cultura: “O time vai ter que se adaptar muito. E não é isso que a gente chama de evolução?”
🗣️ Beija-flor Diverso: “Não bateu o fit com a empresa. O que não bateu: meu talento ou sua zona de conforto?”
🗣️ Anta da Convivência: “Será que não vai gerar conflitos?’ O único conflito que tenho é com sua preguiça de aprender.”
🗣️ Coruja Facilitadora: “Prefiro não comentar pra não ofender.’ Só que o silêncio também exclui.”
🗣️ Tamanduá Financeiro: “Vai sair caro adaptar. Custa mais manter a ignorância institucional.”
🗣️ Capivara Jurídica: “Vamos contratar pra bater cota.’ Não me use como estatística. Me contrate pelo que sei fazer.”
🗣️ Ema Engajada: “Aqui não temos estrutura.’ O que falta mesmo é estrutura mental.”
💬 Frases Potentes da Selva
- “Meu corpo é diferente, não incapaz.”
- “Se você só enxerga minha deficiência, está cego pra minha capacidade.”
- “Não quero inclusão de marketing. Quero acesso real.”
- “A acessibilidade que você adia é a exclusão que você pratica.”
- “O maior obstáculo não está na minha condição, mas na sua cultura.”
🧠 Estratégias Comentadas (por eles mesmos)
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Blind Hiring para reduzir preconceito no currículo
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Treinamento contínuo e prático sobre vieses
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Tecnologia assistiva e acessibilidade digital real
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Entrevistas adaptadas para neurodiversidade
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Painéis diversos e escuta ativa como cultura, não exceção
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Plano de ação com metas e indicadores inclusivos
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Protagonismo da pessoa com deficiência no centro da conversa
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Blind Hiring para reduzir preconceito no currículo
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Treinamento contínuo e prático sobre vieses
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Tecnologia assistiva e acessibilidade digital real
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Entrevistas adaptadas para neurodiversidade
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Painéis diversos e escuta ativa como cultura, não exceção
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Plano de ação com metas e indicadores inclusivos
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Protagonismo da pessoa com deficiência no centro da conversa
Análise Final por Antoniel Bastos
A selva aprendeu a falar bonito.
Fala de inclusão, de pertencimento, de acessibilidade…
Mas tropeça em cada degrau da prática.
Inclusão não é sobre o outro se encaixar no seu mundo. É sobre você criar um mundo onde todos caibam.
O capacitismo virou um camaleão.
Não grita, não empurra, não derruba.
Mas sussurra. Duvide. Suaviza o “não”.
E com sorriso educado… exclui.
Diz que não é viés. Diz que é prudência.
Diz que é cuidado. Mas é medo.
Medo de mexer na estrutura.
Medo de desconstruir o privilégio da “normalidade”.
A verdadeira acessibilidade não é rampa, nem elevador.
É consciência.
É renúncia do é sempre assim.
É rever processos, reuniões, discursos, organogramas.
A sociedade não precisa treinar palavras bonitas.
Precisa de ação concreta.
De ambiente acessível.
De escuta ativa.
De liderança que interrompe os preconceitos quando plantados mesmo que por descuido.
Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida.
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