Os 15 Tops do LinkedIn: Oradores de Vitrine na Selva S.A
Na clareira da Selva S.A., os líderes se reuniram para mais um encontro corporativo. A pauta deles? Dê o play e comece com aquela voz grave:
“Hoje vamos abordar os 15 termos que TODO líder de diversidade adora usar!”
A Arara de Inclusão iniciou:
— “Vamos de D&I: Diversidade e Inclusão! Todo mundo repete.”
O Macaco Equitativo interrompeu:
— “E não vale esquecer de Equity: Equidade! Porque não é só ter diversidade, é ser justo.”
O Papagaio do Pertencimento, bem inflado, falou:
— “Precisa ter Belonging: Sentimento de Pertencimento. Sem isso, ninguém fica.”
A Jacutinga da Liderança, confiante, discursou:
— “E claro, Inclusive Leadership! Liderança inclusiva, claro, né?”
O Tatu-Neurodiverso, ajeitando o aparelho auditivo, observou:
— “Vou entrar no time do Neurodiversity. Adoro quando falam isso…”
A Capivara Competente Culturalmente completou:
— “Precisamos de Cultural Competence: Competência Cultural!”
E o Tatu-Cego, com óculos escuros, ergueu o bastão:
— “Não esqueçam de Accessibility: Acessibilidade!”
A Coruja contra Viés alertou:
— “Temos que cortar o Unconscious Bias: Viés Inconsciente!”
A Paca de Ação Afirmativa lembrou:
— “Sem Affirmative Action: Ação Afirmativa? Nem pensar!”
A Veado Representativo reclamou:
— “Cadê o Representation Matters: Porque representatividade importa?”
A Ursa da Linguagem Inclusiva falou com firmeza:
— “Tem que investir em Inclusive Language: Linguagem Inclusiva, já!”
O Tamanduá da Equidade Etária acrescentou:
— “E o Ageism: Preconceito por idade é sério também.”
Poniçando, virou-se para a plateia:
— “Tá faltando LGBTQIA+ Inclusion também!”
A Anta Culturalmente Sensível arrematou:
— “E para amenizar conflitos, precisamos de Allyship: Aliança ativa.”
No fim, a Onça da Diversidade Cognitiva rosnou:
— “A fila ainda é longa: Intersectionality (interseccionalidade), People with Disabilities (pessoas com deficiência)… precisa listar todo mundo?”
Frases Impactantes:
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Arara: “A selva repete ‘D&I’, mas cadê o abraço que acolhe?”
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Macaco: “Equidade não se encanta por KPI bonito, mas por justiça real.”
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Papagaio: “Sem pertence, ninguém se sente parte da floresta.”
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Tatu: “Falam de neurodiversidade… mas ainda erro no checklist da entrevista.”
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Tatu-Cego: “Falam em acessibilidade, mas me param na calçada sem rampa.”
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Coruja: “Viés inconsciente mata potencial ainda mais que leões.”
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Paca: “Ação afirmativa não é favor é correção.”
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Ursa: “Minha palavra importa. Meu gênero, minha história, meu nome.”
Análise Final por Antoniel Bastos
A selva se pintou de inglês para causar impressão.
Queria parecer global, contemporânea, woke.
Mas esqueceu que jargão não constrói espaço apenas ecoa vazio.
A D&I virou lista de mercado:
- checar “Belonging”, “Accessibility”, “Equity”...
- e pronto: missão cumprida, perfil executivo atualizado.
- Mas a clareira continua carente.
- Sem rampas, sem escuta, sem presença real.
- “Diversity & Inclusion” virou marca o que falta mesmo é inclusão.
A verdade é nua:
- Dar pronome no LinkedIn não paga o transporte adaptado.
- Falar de neurodiversidade não instala software de leitura.
- Discurso de pertencimento não constrói time unido.
- Sem ação, os termos são apenas fantasias corporativas.
- E a selva tão linda no post continua petrificada na raiz.
A floresta precisa menos de vozes em inglês… e mais de gestos verdadeiros que reflitam cada palavra.
Porque, no final, o que move são os pés que caminham, não os termos que impressionam.
É tempo de parar de ensaiar discurso e começar a escrever história.
Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida.
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