Crônicas da Selva S.A - Quem Puxa o Tapete Esquece que Está em Cima da Árvore
Na Selva S.A., a harmonia era só paisagem de fachada. Entre copas de árvore, e-mails cifrados e reuniões improvisadas, crescia um mal silencioso: o prazer em derrubar o outro para parecer maior.
Os casos se multiplicavam. Promoções estranhas. Feedbacks maquiados. “quedas espontâneas”. Mas ninguém falava — até que os bichos resolveram abrir o jogo numa assembleia não-oficial (e muito necessária).
Personagens da sabotagem na selva:
Camaleão Executivo
O mestre da neutralidade traiçoeira. Sempre do lado que vence.
“Não derrubei ninguém. Só mudei de cor conforme a luz do momento.”
Raposa Coordenadora
Vive sorrindo, mas calcula cada passo dos colegas.
“A vaga não era minha. Mas também não era dele. Então fiz o universo colaborar.”
Arraia RH
Tem veneno na fala e sorriso institucional.
“Nem sempre o mais competente é o mais ‘culturalmente alinhado’. A floresta exige perfil.”
Cobra da Comunicação
Sabe de tudo, espalha o que interessa, edita o que incomoda.
“Se uma víbora escorrega, é porque alguém não segurou bem o galho.”
Hiena da Copinha
Ri dos outros. E principalmente, quando os outros caem.
“Não fiz nada… só comentei. O resto, a floresta fez sozinha.”
Urubu da Estratégia
Ronda o alto escalão esperando vacância.
“Esperei o Leão vacilar. A oportunidade voa, mas a queda é certa.”
Gavião das Planilhas
Calcula, analisa, entrega o erro do colega com dados coloridos.
“Não sabotamos. Apenas revelamos a verdade no gráfico certo.”
Mas... de onde vem esse comportamento?
(A resposta agora vem dos próprios animais, com base nos estudos reais que você pediu para integrar.)
Tamanduá Psicólogo Organizacional
“Quando a floresta valoriza mais o status do que a colaboração, o ego cresce mais rápido que a raiz da ética.”
Tatu da Caverna do Conhecimento (analista de comportamento)
“Sabotar virou mecanismo de defesa de quem tem medo de ser superado.”
Coruja da Árvore Alta (especialista em cultura organizacional)
“A selva premiou a competição acima da confiança. Agora colhe ansiedade, vaidade e sabotagem camuflada de performance.”
Paca da Insegurança Interna
“Ninguém me derrubou. Mas me cansei de fingir que não estavam cavando meu buraco.”
Jacaré das Relações Tóxicas
“A inveja é o bicho que vive nas águas turvas do sucesso alheio.”
Atos de sabotagem e inveja no ambiente de trabalho são movidos por:
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insegurança pessoal,
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medo de ser superado,
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cultura de competitividade tóxica
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e ambientes onde o reconhecimento é escasso e o ego é valorizado.
Segundo dados da Deloitte e da Harvard Business Review, mais de 63% dos profissionais já sofreram algum tipo de sabotagem indireta, e 42% admitiram já ter omitido ou distorcido informações para prejudicar alguém.
A história não é nova. Na Roma Antiga, conspirava-se com vinhos e punhais. Hoje, com planilhas editadas e prints fora de contexto.
Frases potentes da selva:
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“Na selva moderna, o silêncio não é paz. É estratégia.” - Urubu da Estratégia
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“Aqui ninguém sobe. Só espera o outro cair.” - Hiena da Copinha
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“Dizem que colaboram. Mas o que fazem é competir com camuflagem de gentileza.” - Cobra da Comunicação
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“Competência virou ameaça. E brilho virou alvo.” - Raposa Coordenadora
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“A gente não derruba pelo trono. Derruba pelo prazer de ver o outro caindo.” - Camaleão Executivo
“Tem bicho que não sobe. Só espera outro cair.” - Gavião Financeiro
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“Puxar o tapete virou esporte. O problema é que ninguém percebe que todo mundo tá no mesmo galho.” - Avestruz da Governança
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“Aqui ninguém quer ser melhor. Só quer ser o único.” - Arraia RH
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“A selva moderna não tem mais rugido. Só e-mails passivos-agressivos.” - Coruja Observadora
Análise final por Antoniel Bastos: “A arte nacional de torcer contra”
Se Jabor ainda estivesse aqui, talvez dissesse:
“O Brasil virou o país onde quem brilha incomoda mais do que quem atrasa tudo.”
Vivemos entre muros invisíveis de desconfiança.
No trabalho, em casa, nos grupos de família…
A selva se sofisticou, mas a lógica continua primitiva:
o sucesso do outro me lembra do meu fracasso. Então é mais fácil sabotar do que admirar.
Nas escolas, não nos ensinaram a colaborar.
Nos treinaram para ser o melhor da turma.
E isso nos fez crescer com medo de dividir vitórias.
A Selva S.A. não precisa de novas lideranças.
Precisa de cura. De uma cultura que celebre a subida do outro como sinal de que a árvore é fértil.
Porque puxar o tapete pode até dar uma alegria momentânea…
Mas na floresta, quem cava buraco alheio, escorrega no próprio ego.
Antoniel Bastos - Presidente da Rede Incluir, jornalista (MTB 00375/RJ), escritor e Coach em Desenvolvimento Humano (Universidade Anhanguera - SP). Minha expertise se estende ao Marketing Digital (Pós-Graduação Unisignorelli - RJ) , líder de iniciativas de Diversidade e Inclusão como Diretor de RH da ACIJA - Associação Industrial e Comercial de Jacarepaguá e Gestor de Relacionamento Estratégico do Grupo Tokke - Gestão de Qualidade de Vida.
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