EXTRA! EXTRA! — O SUMIÇO ENCANTADO DOS OBJETOS DO REINO DE ATLANTIS!
Uma fábula de risos, reflexões e chaves que somem misteriosamente...
Conta-se nos pergaminhos ilustrados do Reino de Atlantis, que uma estranha magia tomou conta dos corredores: objetos começaram a desaparecer. Carrinhos de compras, vassouras da limpeza real, copos da área comum, cadeiras da churrasqueira, mangueiras do jardim e até controles do portão. Tudo... sumia. Como por encanto!
As más línguas diziam:
— Foi o duende do armário!
Outros mais espirituosos alegavam:
— Peguei por engano… já estava aqui em casa, nem percebi!
E os mais ousados soltavam:
— Isso aí é falta de organização do reino. Tá tudo largado mesmo!
Mas o Conselho dos Sábios pediu uma análise mais profunda. Chamaram o psicólogo do reino, o terapeuta da torre leste e até o velho filósofo que passava os dias jogando milho aos pombos pensadores da praça.
O psicólogo diagnosticou:
— Esse “sumiço” tem nome. É a normalização da apropriação. A mente justifica: “foi pequeno, ninguém vai sentir falta”. Isso tem raiz no comportamento e na falta de responsabilidade coletiva.
O terapeuta completou:
— Isso começa pequeno. É o lápis que peguei da escola e nunca devolvi, a tampa da caneta que ficou comigo, o carregador do vizinho que ‘ficou por aqui’. Chamam de descuido, mas é um hábito disfarçado.
E o filósofo concluiu, acariciando a barba:
— Quando a ética se curva à conveniência, o bem coletivo vira alvo da vaidade pessoal. Não se tira o que é de todos para virar coisa de um só. Isso não é ausência de cultura, é ausência de consciência.
No reino, alguns diziam:
— Ah, mas se fosse num bairro humilde, isso era visto como roubo!
E o velho sábio respondeu:
— Não se mede caráter por CEP. A ética mora no comportamento, e não na localização do castelo.
E a Rainha do Reino, ouvindo tudo, decretou com sabedoria:
“O que é de todos deve ser cuidado por cada um. Quem se apropria do que não é seu, mesmo sem violência, não leva só o objeto — leva a confiança que se quebra, e o exemplo que não se ensina.”
Moral da fábula?
Não é sobre um lápis, nem uma vassoura.
É sobre consciência.
Pegou sem perceber? Devolva com humildade.
Pegou e achou normal? Reflita.
Porque o que desaparece do coletivo... aparece no espelho da nossa ética.
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